[LIVRO] O Livro do Cemitério, Neil Gaiman
Olá pessoas, tudo bem?
Há tempos não tem nenhum resenha de Neil Gaiman por aqui, e depois de ler "O Livro do Cemitério" achei que seria uma boa trazer para o blog. O livro tem um ar meio sombrio, mas não tem nada de macabro não. Com uma leitura leve e rápida de fazer, o leitor vai presenciar o amadurecimento e os aprendizados do pequeno Ninguém Owens.
Aqui tem outros livros do autor: Coraline | João e Maria | A bela e a Adormecida | Faça boa arte | Felizmente, o leite.
O livro vai começar falando sobre uma família que foi assassinada pelo Jack, porém o bebê consegue escapar e engatinhar até o cemitério ao lado da sua casa. Chegando lá, ele é acolhido pelas criaturas que vivem no cemitério, e assim, consegue a proteção de lá. O casal Owens adotam a criança e Silas fica sendo seu protetor, mas a criança precisa de um nome. Como nenhuma das criaturas do cemitério sabem de onde esse bebê surgiu, ele vira Ninguem. Ninguem Owens agora, tem a proteção do cemitério, podendo circular entre os vivos e os mortos. Infelizmente, ele não pode sair muito do cemitério, pois a pessoa que matou sua família ainda está à procura dele.
Muitos anos passam e muitas coisas acontecem, Nin consegue ser um imã para problemas quando está fora do cemitério. Conforme os anos vão passando, Nin percebe que atravessar paredes e conversar com fantasmas não é mais suficiente. Ele quer conhecer o mundo, ele quer viver sua vida de humano, mas não poderá fazê-lo enquanto seu inimigo estiver lá fora.
“É como as pessoas que acreditam que serão mais felizes se elas se mudarem para outro lugar, mas logo percebem que não é bem assim que funciona, para onde quer que você vá, leva a si mesmo.”
No entanto, quanto mais Nin se coloca no mundo, mais ele percebe o quão cruéis, insensíveis e, de certa forma, aterrorizante, os humanos são. Aos poucos ele percebe que alguns humanos só querem fazer o mal e que ficar dentro do cemitério é o mais sensato (e seguro) a se fazer.
Nas páginas finais Neil Gaiman fala de sua inspiração para esse livro que foi "O livro da selva". É nesse momento que entendemos de fato toda a mensagem que o autor quis passar, família, amizade, companheirismo e amadurecimento. Percebemos que a família é aquela que escolhemos e não aquelas que nascemos, na verdade, é onde nos sentimos amados e protegidos, onde podemos ser nós mesmos.
“Você é sempre você, isso não muda, mas estamos sempre mudando e não há nada que se possa fazer a respeito disso.”
O livro é recheado de personagens cativantes e especiais, cada um tem uma característica única e são apresentados em capítulos que, pode parecer que não, mas vão fazer muito sentido na vida de Nin. Não apenas isso, mas o autor consegue mostrar um pouco de cada criatura do cemitério e um pouco da história de como eles surgiram.
Eu não preciso ressaltar o quanto Neil Gaiman tem a habilidade de me cativar em cada livro. A leitura é super fluída e rápida de fazer, é fácil rolar indentificação com pelo menos UM dos personagens que aparece aqui. É um livro repleto de fantasia, que estimula sua imaginação, mas sem esquecer aquela dose de realidade.
Eu não quero falar muito do livro para não estragar a experiência de vocês, se puderem dê uma chance para "O Livro do Cemitério", tenho certeza que vocês vão gostar e vão querer ler muitos outros livros do Gaiman depois ♥
Bônus: as ilustração do Dave McKean tem uma pegada sombria e que ajuda muito na imersão da leitura. Gostei muito das ilustrações e acredito que a escolha foi realmente certeira. Tem uma outra edição que as ilustrações são do Chris Riddell, que acredito que são tão boas quanto.
The Graveyard Book by Neil Gaiman
ISBN-13: 9788579800122
ISBN-10: 8579800129
Ano: 2010
Páginas: 336
Editora: Rocco
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Você é um ignorante, neném — disse a srta. Lupescu. — Isso é péssimo. E você está satisfeito em ser ignorante, o que é pior ainda. Repita comigo, existem os vivos e os mortos, existem as criaturas do dia e as da noite, existem ghouls e andarilhos da névoa, existem os caçadores das alturas e os sabujos de Deus. E também os tipos solitários."
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